Em uma escola de idiomas, a certificação didática dos professores de inglês é um ponto importante para o ensino. Isso porque um professor certificado passa não só por um crivo de qualificação, mas também de preparação para lecionar.
No Brasil, por motivos que remontam ainda à colonização, existe uma tendência a acreditar que tudo que vem de fora tem mais valor. E isso atinge também o ensino de idiomas. Muitas pessoas preferem ter aulas com professores nativos do país onde se fala aquele idioma. Outras optam por professores que fazem intercâmbio e, ao voltar para o Brasil, começam a lecionar.
Sem dúvidas, esses profissionais podem ser extremamente capacitados. Essa não é a questão central. O ponto importante é a certificação didática dos professores de inglês. Ser um professor demanda mais do que conhecimento da matéria. É preciso ter metodologia e ser um gestor do conhecimento.
Por isso, independentemente de vir de fora do Brasil, fazer intercâmbio ou se formar aqui, acreditamos que os professores devem estar preparados e qualificados para o ensino. A seguir, apontamos a importância da certificação didática dos professores de inglês e como ela pode ocorrer.
A formação dos professores de inglês
Professores de idiomas no Brasil provêm de diversos locais. Alguns são apenas imigrantes que escolheram morar no país e têm domínio nativo de determinada língua. Outros são brasileiros que tiveram experiências no estrangeiro e as utilizam para lecionar. Há, por outro lado, os profissionais formados em letras que ensinam uma língua estrangeira.
Esses são os tipos de professores de inglês que temos no Brasil. Como salientamos, é muito comum vermos pessoas optando por professores nativos ou com experiência estrangeira, sem se preocuparem com a formação pedagógica. Este é um fato que, inclusive, nos coloca em uma posição ruim perante o mundo quando o assunto é proficiência em inglês.
O baixo nível de proficiência em inglês no Brasil
Conforme dados do Índice de Proficiência em Inglês da EF, de 2020, o Brasil ocupa a 53ª posição no ranking, atrás de países europeus e de alguns vizinhos latino-americanos, como a Argentina. somente São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília estão na faixa de proficiência moderada.
Mesmo com milhares de escolas de inglês espalhadas pelo país, nosso baixo nível de proficiência é sintomático. Um dos motivos é exatamente a formação de professores. O índice da EF apontou, inclusive, que 12 países da América Latina melhoraram sua proficiência em inglês entre 2018 e 2019 de forma bastante significativa devido ao maior investimento na formação de docentes.
O Brasil, pelo contrário, caiu algumas posições. Temos milhares de escolas com métodos de ensino que não são eficientes. Há cursos rápidos que prometem fluência em inglês a curto prazo, mas que formam alunos que não passam em boas certificações.
Dentro da deficiência de metodologia, está a dificuldade das escolas em realizar uma boa gestão do conhecimento, o que depende diretamente de professores experientes e qualificados para o ensino. Mais uma vez, a certificação didática dos professores de inglês aparece como prova dessa qualificação.
Afinal, professores com certificação de proficiência e ensino de inglês estão atualizados e têm experiência com a faixa etária à qual ensinam. Estão preocupados em adotar as melhores práticas do mercado, procuram aprimoramento de seu próprio conhecimento e desenvolvem-se quanto à metodologia.
Isso tudo para vencer a questão da má formação dos professores quanto à prática pedagógica.
A má formação dos professores
A formação linguístico-comunicativa de um professor nem sempre é eficiente. Quando o assunto é prática pedagógica, a situação fica ainda pior. Isso porque esta prática não deve ser apenas abordada durante os cursos nas faculdades de educação, mas também nos primeiros anos da vida profissional.
Neste ponto, vemos muitos professores desassistidos no ambiente escolar onde trabalham. Ao invés de serem treinados para lecionar, eles são apenas postos diante de turmas que, em muitos casos, são desafiadoras. Mais uma vez, a certificação didática dos professores de inglês assume enorme importância para prepará-los para os diversos cenários possíveis na prática.
Além dessa dificuldade, lidamos com o fato de que o ensino formal da língua estrangeira no Brasil, nem sempre, considera o que é essencial na formação.
O gap em competências importantes
Em um cenário ideal, o ensino formal no curso de Letras deve problematizar situações que envolvem formação acadêmico-científica, técnica, tecnológica, artística, literária e outras dimensões que orientam os eixos formadores dos programas de curso.
E para que isso serviria? Para que a didática conversasse diretamente com a conexão com os alunos. Os teóricos da educação apontam que o aluno aprende mais quando se sente diretamente tocado pelo assunto que está em questão. De maneira simples, é preciso que exista um sentido, uma conexão emocional para que o aluno assimile o conhecimento.
O bom professor, portanto, não só domina o conteúdo da sua área de atuação. Ele faz com que aquele conteúdo seja utilizado e transmitido dentro da perspectiva do seu receptor.
No entanto, a formação dos professores de língua estrangeira no Brasil é excessivamente teórica ou excessivamente metodológica. Há um déficit de práticas, da reflexão e do trabalho dessas práticas.
Isso porque a boa formação de um professor qualificado envolve um conjunto de competências que raramente são abordadas nos cursos universitários. São elas:
-
Competência profissional: consciência do professor como papel formador, profissional e político;
-
Competência aplicada: vivência de conceitos teóricos no dia a dia da sala de aula;
-
Competência linguístico-comunicativa: uso satisfatório da língua que se ensina;
-
Competência teórica: conhecimento de teorias de ensino e aprendizagem;
-
Competência implícita: crenças, intuições e experiências adquiridas.
Há, inclusive, uma grande aflição acerca da competência linguístico-comunicativa por parte dos professores recém-formados. Os cursos de licenciatura em Letras são capazes de certificar o professor para atuar em sua língua nativa e em uma língua estrangeira.
Mas a carga horária de disciplinas ligadas à língua vernácula é muito maior do que à carga de língua estrangeira, o que também contribui para a baixa proficiência na língua inglesa, por exemplo. Isso compromete sua competência linguístico-comunicativa em sala de aula e fora dela.
Por isso, o professor, consciente dessas deficiências, deve tentar saná-la com um aperfeiçoamento linguístico, uma formação continuada. É neste contexto que a certificação didática dos professores de inglês aparece.
Afinal, ainda que haja o desejo do professor em transmitir o conhecimento do idioma estrangeiro, não existe saber para transmiti-lo, um modo eficaz que ajuda o aluno a compreender. Os livros, teses e autores estudados não se organizam em uma prática coerente, ao mesmo tempo em que ele não se sente seguro o suficiente para utilizar o idioma.
A importância da certificação didática dos professores de inglês
Proficiência e prática pedagógica são duas faces da mesma moeda da aprendizagem. Um professor pode ser um exímio falante de inglês, como é o caso dos nativos. No entanto, se ele não conseguir transpor a barreira da teoria e da prática, não adianta. Do mesmo modo, um profissional pode ser dotado de grande conhecimento teórico, mas nada adiantará se não conseguir transmitir esse conhecimento.
Por isso, a certificação didática dos professores de inglês se torna tão importante. Por meio delas, o profissional se prepara para unir o domínio da língua e de novas tecnologias com a atualização didática e o trabalho em equipe.
As possíveis certificações para professores de inglês
Agora que vimos a importância das certificações para professores de inglês, podemos abordá-las de maneira mais individualizada.
Inicialmente,é preciso destacar que cada profissional tem um perfil e um objetivo. As certificações são ferramentas que validam conhecimentos acerca da proficiência no idioma, da capacitação didática e do domínio de técnicas de ensino.
Desde que foi estabelecido o Marco Comum Europeu de Referências (CEFR), existem certificados de validação internacional. Isso significa que um professor certificado no Brasil pode utilizar sua certificação em outros países.
Por exemplo, pessoas que pretendem fazer intercâmbio em universidades europeias, que exigem certificação em inglês, devem se submeter ao Toefl (Test of English as a Foreign Language) ou ao Ielts (International English Language Testing System).
A Universidade de Cambridge, por meio da Cambridge English, possui vários testes de proficiência, tais como Key English Test, Preliminary English Test, First English Certificate, Certificate of Advanced English e Certificate of Proficiency in English. Esses exames validam a qualidade linguística da pessoa conforme o Marco Comum Europeu.
Mas quais são as possíveis certificações para professores de inglês? Um profissional que leciona para o público infantil precisa de uma certificação diferente do que o tradutor? Certamente, eles terão caminhos diferentes de qualificação, mas demandam validações que privilegiam os aspectos linguísticos, o que o confere qualidade boa do uso e conhecimento da língua.
Por este motivo, a certificação didática dos professores de inglês deve ser vista também como investimento em sua qualidade profissional.
Veja a seguir as possíveis certificações para professores de inglês.
CAE
O CAE ou Cambridge Advanced English é uma certificação didática dos professores de inglês que valida o nível avançado de competência linguística.
Um curso que prepara o profissional para essa certificação habilita o professor, seja da rede regular de ensino ou de escolas de idiomas, a se desenvolver nas habilidades cobradas para o exame, que são comunicação e compreensão oral, escrita e leitura.
Para maior assertividade, essa preparação envolve estratégias práticas que podem ser utilizadas no momento do exame, além de simulados do exame sobre reais condições de avaliação para analisar o seu desempenho.
Essa certificação didática dos professores de inglês é voltada para quem tem como objetivo o desenvolvimento profissional, além de ter uma certificação internacional de competência linguística vitalícia.
TKT
O TKT (Teaching Knowledge Test) é uma certificação didática dos professores de inglês ideal para quem deseja testar o conhecimento sobre o ensino de inglês.
O curso preparatório é dividido em módulos que focam em diferentes aspectos. Na prática, cada módulo cobre uma área específica do ensino de língua inglesa. Ou seja, a cada semestre de curso o aluno recebe um certificado da Cambridge English, além de se preparar para a certificação TKT.
Com aulas expositivas e práticas, os alunos apresentam maior facilidade na assimilação do conteúdo teórico e têm a chance de aplicar todo o conhecimento na prática. A metodologia dos cursos preparatórios para a certificação TKT também envolvem simulados do exame com reais condições de avaliação para analisar o desempenho do aluno.
Essa certificação didática dos professores de inglês, seja da rede regular de ensino ou de escolas de idiomas, também é vitalícia e colabora para o desenvolvimento profissional. Ela também é voltada para o público em geral, interessados que pretendem se tornar professores de inglês.
Outras certificações
Existem outras certificações didáticas para professores de inglês da Cambridge English que são destinadas a públicos diversos.
O CELTA (Certificate in Teaching English to Speakers of Other Languages), por exemplo, é interessante para recém-formados, para professores que querem ter uma qualificação formal ou mudar de carreira. Se o profissional tem pouca ou nenhuma experiência prévia de ensino, é uma certificação interessante.
Já o DELTA (Diploma in Teaching English to Speakers of Other Languages) combina teoria e prática no conhecimento do inglês e é adequado para professores mais experientes. É uma das qualificações avançadas de TEFL/TESOL e pode ser feita em qualquer estágio da carreira para atualizar os conhecimentos didáticos e melhorar a prática de ensino.
A certificação didática dos professores de inglês é um caminho necessário para quem deseja se inserir no mercado de forma segura. No Centro Britânico, nosso objetivo é fazer com que nossos alunos atinjam os níveis C1 ou C2 de proficiência em inglês (níveis avançados). E, para tanto, precisamos de profissionais suficientemente qualificados, com, no mínimo, nível C1 de proficiência.
No entanto, sabemos que a certificação didática dos professores de inglês é fundamental para ir além da proficiência. Por este motivo, oferecemos cursos preparatórios para CAE e TKT, preparando os interessados em lecionar inglês para obter as certificações vitalícias reconhecidas no mundo inteiro.
Para nós, o ensino qualificado depende da união de fatores, como método de ensino inovador e professores experientes e qualificados. É exatamente assim que guiamos nossos profissionais e nossos alunos para a excelência em inglês e para o seleto grupo de 4% de brasileiros que falam inglês.